Um amor está por vir - Parte 1

Será que Maria irá ficar com Rodolfo? Ou será que seu gêmeo malvado irá roubar o coração dela? Veja segunda, às 17:00 horas! E mais uma vez aparece algum comercial sobre novelas da Globo que sempre terminam do mesmo jeito, a mocinha vai ficar o mocinho e blá blá blá. E nós, meninas, simplesmente acompanhamos do começo ao fim sabendo que a tal história que sempre se repete não irá acontecer conosco. E lá estava eu, no meu quarto, lendo um livro de romance. Eu sei, eu sei. Eu digo isso, mas não consigo parar de imaginar coisas, lendo romances, vendo filme de amor e essas novelas. Sentada na cama, com uma barra de cereal do lado e um livro colado no rosto. Haha, barra de cereal. Aquilo é horrível, mas, para uma adolescente, mesmo que não quisermos admitir, engordar faz a popularidade descer. E como minha avó sempre dizia, homem nenhum quer ficar com mulher gorda. Eu não dou a mínima para esse discurso, mas aqui em casa, só falta quererem que eu só coma cenoura o dia todo. Lendo as páginas do meu livro rapidamente e comendo a barra lentamente, uma voz invadiu meu pensamento:

- Carolina? Tá ai? - gritou minha irmã mais velha da escada - Vamos sair para comer, mamãe foi para um encontro e não deixou comida em casa.

- Depende. Para onde nós vamos? - eu morria de medo de andar com ela de carro, pense em alguém que dirige mal, e ela é pior que essa pessoa - Eu não aguento mais salada!

- Vamos a pizzaria, contanto que não conte para a mamãe que nós comemos algo com óleo, quem sabe te levo de novo algum dia. 

- Tá, tô indo. Vou só me vestir.

Ouvi ela dizer tá bem baixinho. Estava de pijama, não queria sair, mas não podia perder a oportunidade de comer algo com carne e queijo. Tentei vestir um jeans, mas não deu. Malditos "quilinhos a mais"... Contei com minha melhor amiga, a calça legging. Vesti uma camisa qualquer e desci, mas na mesma hora que vi quem estava no carro, quis voltar. E lá estava o namorado da minha irmã, por um lado, fiquei aliviada, por não ter que quase morrer por ela estar dirigindo, mas ao mesmo tempo, fiquei com raiva. Eu odeio aquele menino, ele é do tipo galãzinho de cinema. Olha todas as mulheres que passam e a minha irmã nem nota, acho ele o tipo mais galinha desse mundo. Entrei no carro e ouvi um pin, vi que era de meu celular. Alguém tinha me mandado uma mensagem:

- Oi, Carol. Tudo boom? - vi logo quem era, Patrícia, minha melhor amiga

- Oi Paty, sim. E com você?

- Aham... Queria só te fala oi mesmo. Te adoro muito, amiga.

- Para que essa melação toda?

- Segunda vais saber. Beijo.

- Beijo...
Antes que eu pudesse perguntar o que era, vi que tínhamos chegado na pizzaria. Fui a primeira a sentar numa mesa e eu ia ligar para Patrícia, quando vi na minha frente, um rosto lindo:
- Er... Oi. Desculpe aí, mas uns amigos duvidaram que eu viesse falar com a primeira pessoa que entrasse pela porta. Podemos fingir que estamos conversando?
- Hã, não.
- Por favor, eu sei que é ridículo, mas se não vou ter que fazer algo desagradável...
- O que seria tão desagradável para você vir falar com uma estranha?
- Dançar Ai Se Eu Te Pego na frente de todo mundo.
- Tá, olha, isso já foi uma conversa.
- É... Verdade. Obrigada, menina simpática.
- Espera, não sei seu nome...
Antes que eu pudesse continuar, ele já estava longe. Senti um frio na barriga que eu nunca tinha sentido antes. De repente, eu fiquei tentando adivinhar seu nome e pensando no seu rosto. Isso era estranho, nunca tinha acontecido comigo. Mas afinal, quem era o menino lindo de cabelo castanho que tinha acabado de falar comigo?

@mandydamas